domingo, abril 05, 2009

Deus nos convida para a Graça


Texto para Reflexão – Isaías 1. 18 – 20

“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”.

Para minhas reflexões sobre o texto citado acima, será necessário dividi-lo em três partes. A primeira refere-se a um convite, na segunda consiste uma promessa, e a terceira está apontando uma direção e um alerta.

I – Parte – o Convite

O profeta Isaías, dá início a esse capítulo da seguinte maneira: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra,...”; Deus está conclamando e chamando os céus e a terra como testemunhas para ouvirem o que Ele, têm a dizer.

Deus, não se dirige ao seu povo de uma maneira direta, e por quê? Ao lermos o restante do texto entendemos logo de o por que Deus, não conclamar ao povo. O povo estava longe demais de Deus, imbuídos em seus pecados mais sórdidos, mais abjetos.

O povo Israelense neste período, mais ou menos 500 a 700 a. C, viviam segundo suas próprias concupiscências, e estavam tão acostumados ao pecado que mesmo sabendo, que estando chafurdados neles, se dirigiam a Congregação para realizarem os rituais de sacrifícios e acreditavam que Deus, dava-se por satisfeito com tal situação.

Mas a grande verdade dos sentimentos de Deus concernente à toda aquela balbúrdia, é que Ele estava farto, desagradado, Deus não queria mais a presença deles nem mesmo nos átrios, Deus chega a exigir que parem de fazer sacrifícios e nem mesmo as festas celebrarem. Deus usa uma expressão deveras pesada; “..., a minha alma as aborrece; já me são pesadas, estou cansado de as sofrer”.

Cumprir rituais, oferecer sacrifícios, marcar presença no templo, exercer funções ministeriais, todas estas coisas não compram; Deus. Deus é muito exigente quanto aos cultos e serviços prestados a Ele, muito pelo contrário, através desses atos posso provocar-lhe a insatisfação, posso aborrecê-LO, posso causar cansaço e sofrimento a Ele.

Acreditar que cumprir rituais, ou obrigações ministeriais nas mesmas condições que estavam o povo de Israel, ou seja; imbuídos em pecado não nos importando com eles, não nos enganemos, pois Deus esconde seus olhos, e por mais orações que façamos, Ele não nos ouve.

Amados, mas o que nos salva é que Deus, é Deus de propósitos para vida do homem e aqui encontramos o propósito mais fascinante que Deus tem para nós.

Sempre que se fala da graça de Deus, nos referimos ao novo testamento, fazemos referência a Jesus Cristo, mas o que mais me deixa apaixonado é saber que o convite da graça me foi feito a pelo menos 500 anos a.C.

Deus, com todo seu amor me faz o seguinte convite: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas”. - Isaías 1. 16 – 17 – Deus está me chamando para uma mudança de comportamento, Ele está me indicando que algo está erra em minhas atitudes.

E por quê Deus faz isso comigo? Aqui entra a maior prova de amor por mim, porque Ele quer me perdoar. Mas não se trata de um perdão qualquer, ou de um perdão parcial, se trata de perdão num todo, perdão esse tão sublime que alcança as mais altas camadas de pecado; sim porque nós classificamos os pecados como pecadinho, pecado, pecadão, pecadasso, hiper – pecado, e assim vai; mas o bom mesmo é saber que o único interesse de Deus em mim é me perdoar, me purificar, me fazer entender que para Ele, a escala de pecado consiste num mesmo nível; ou seja, nível de perdão.

E como se dá esse perdão tão sublime e tão completo? Ele se dá quando Deus me chama e diz: “Vinde, pois, e arrazoemos”. Deus me chama para conversar com Ele sobre minhas fraquezas, deficiências, meus pecados mais sórdidos, mais ocultos. Deus me chama não para me jugar, mas para me ouvir, Ele deseja, Ele anseia que eu apresente minhas razões a Ele.

Deus nesse momento me dá a oportunidade que nenhum ser humano pode dar a outro, pois Deus quer me ouvir dizer com toda sinceridade do meu coração; por mais monstruosa que possa parecer ao homem, Deus se dispõe a me ouvir, Ele se dispõe a me entender, Ele se dispõe a me perdoar.

Existem pecados, desejos, escondidos em meu coração que homem nenhum jamais suportaria ouvir, e principalmente se ouvisse, jamais acreditaria em mim, nas minhas atitudes, mas Deus não, Ele me ouve, o que Ele quer é justamente que eu fale para Ele, que eu conte a Ele, os mais pérfidos sentimentos que permeiam a minha alma e muitos até pavimentam meu caráter.

II – Parte – A Promessa

“..., ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”.

A palavra “ainda”, é um advérbio e ela possui o significado nesse contexto de quantidade. Isso quer dizer que a promessa de Deus é; mesmo que você esteja tão cheio dos mais horrendos pecados, mesmo você esteja encoberto por pecados tão nefastos, Eu o Senhor os tornarei brancos como a lã, Eu os tornarei alvos como a neve.

Amados, Graça não se explica se vive, e, é isso o que Deus faz, nos dá; Graça. Mas Deus, nunca faz somente o que precisamos, Ele sempre vem com algo mais. “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.

Não nos iludamos achando que existe aqui uma “teologia da prosperidade”, pois não é esse o caso, mas sim uma teologia do amor. Deus, além de se dispor a nos perdoar, por mais escabrosos que sejam nossos pecados, Ele ainda, nos permite escolher se queremos segui-LO ou não.

Deus, não nos obriga porque nos perdoou; serví-LO, Ele nunca desejou que o homem o servisse por obrigação, mas sim por amor. Comer o bem desta terra; podem acreditar, está muito mais ligado a não colhermos os resultados de uma vida de pecado, que só traz desgraça ao homem, do que uma teologia de prosperidade. Comer o bem desta terra é, poder andar de cabeça erguida e ser respeitado e honrado por pessoas que nem se quer conhecemos, é ter a direção do Espírito de Deus, para aconselhar de maneira correta a quem precisa, é ser referencial de confiança, de honestidade, de pacificador, isto é prosperidade, saber que as pessoas nos tem como referencial de vida, vida de Deus. Acredito sinceramente que é essa prosperidade que está disposta por Deus, para nós.

III – Parte – Direção e Alerta

“Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”.

Não, não pense nem de longe que o que Deus está fazendo, é uma ameaça, se assim fosse, todo este convite feito por Ele mesmo, não teria sentindo algum.

Ele está mais uma vez nos demonstrando seu amor que parece ser infindo. Deus está apontando o caminho seguido por nós; que é o da rebeldia, e está nos alertando para o fim desse caminho; ser devorados à espada. Entendo que Deus, em sua misericórdia mais uma vez está me dizendo; não volte a andar pelo mesmo caminho de antes, poi nele só está a morte e a destruição.

Para mim, é fácil entender o alerta de Deus, quando fui rebelde por exemplo em situações na minha vida, a única coisa que colhi em todas elas foi, pesar. Tive problemas familiares, problemas na sociedade, problemas comigo mesmo, em fim, em algumas situações fui devorado pela espada.

Se não fosse a misericórdia de Deus, com toda certeza teria sido sucumbido, chafurdado em conseqüências terríveis, provocadas por mim mesmo.

Deus, me convidou muito antes de Cristo morrer por mim, para viver na Graça, e melhor SE colocou à minha disposição, para que eu possa confessar a Ele, os meus mais indeléveis; aos olhos do homem, pecados, pois Ele tem o poder para torná-los brancos e alvos.

Deus, convidou a mim e a você para vivermos essa mais sublime verdade, podermos desnudar nossos corações diante d'Ele e principalmente saber que contamos com seu perdão e sua Graça.

Deus, nos abençoe sempre e sempre!

Cleiton Ramos


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