quinta-feira, novembro 10, 2011

      Encontros
    • Olá; tudo bem? - Perguntei a um senhor que andava titubeando apoiando-se em uma bengala, caminhando por uma estrada íngreme com um sol escaldante queimando seu rosto.

    • Ora, ora, você finalmente chegou. Como tem sido a viagem? - Perguntou-me o velho com sua voz fraca e rouca, já desgastada pelo tempo, como se fosse um amigo íntimo que me esperasse por um longo tempo.

    • Perdoe-me, mas acho que o senhor está me confundindo com alguém. - Respondi ao velho.
Neste momento, ele me olhou nos olhos, esboçou um sorriso, levantou sua mão cansada e marcada com as marcas do tempo, passou-a suavemente pelo meu rosto; pude sentir os calos, as ranhuras, e disse:
    • É meu jovem, vejo que és bonito, viçoso, tens uma voz grave que com certeza agrada as mulheres.
Retribuí com um sorriso meio amarelado, o rosto um pouco corado, mas antes que dissesse qualquer coisa ele me perguntou novamente:
    • Mas diga meu jovem; como tem sido a viagem?
Olhei para aquele rosto com as marcas que só mesmo ele poderia descrever; insisti:
    • Senhor, perdoe-me outra vez, mas acredito mesmo que estás me confundindo com alguém, um parente, um vizinho, ou até mesmo um bisneto talvez.
Ele então, apontando o dedo indicador para me mostrar o caminho que havia pela frente me perguntou:
    • Me diga, o quê você vê à sua frente?
Vislumbrei a estrada à nossa frente, refleti um pouco sobre o que ele estava tentando me dizer, e respondi:
    • Confesso que não vejo nada além de uma estrada longa, sinuosa, com algumas entradas e saídas, e nada mais.
Então; ele se apoiou em meu ombro, virou-se lentamente para trás e me perguntou:
    • E agora, o quê você vê? - Já estava começando e me arrepender por ter puxado assunto com aquele velho, tantas pessoas indo e vindo e justo com um velho que não parecia dizer nada com nada, é que fui puxar conversa.

    • Não estou vendo absolutamente nada, além da estrada que já percorri. - Respondi num tom já meio irritado.

    • Não se aborreça, olhe outra vez. - Disse-me ele com a voz fraca mas serena.
De repente, comecei a observar uma criança, ela não me parecia estranha mas a única imagem que me vinha à mente eram as suas imagens em algum álbum de fotos.

Continuei olhando quando aquela criança se levantou e começou vir em minha direção. Enquanto caminhava, de alguma maneira que não sei explicar, ela vinha crescendo se desenvolvendo, parava em alguns momentos, conversava com alguns amigos meus da infância e adolescência, beija algumas meninas que foram minhas namoradinhas, mudou sua expressão ao encontrar alguns que foram meus desafetos, alegrou-se com algumas conquistas, deixou escapar algumas oportunidades. E quanto mais se aproximava de mim, mais sua aparência ia mudando, ficando cada vez mais semelhante a alguém que eu conhecia, até que o susto foi inevitável, estava olhando para mim mesmo, como quem olha-se num espelho.
    • Meu Deus, sou eu mesmo! - Exclamei naquele momento assustado, e quando olhei para aquele senhor ao meu lado perguntei-lhe:

    • Quem é o Senhor? Deus?
Ele deu uma gargalhada gostosa e disse:
    • Ora, sei que você é presunçoso, mas não chega a tanto.

    • Como assim? - Perguntei. - Então quer dizer que você sou eu?

    • Como tem sido a viagem?. A estrada da vida é longa, ou curta não sabemos, mas como iremos caminhar por ela, nós é quem decidimos. Nesta estrada, nada do que fizemos ficará esquecido, nada será apagado. Saber disso hoje, me faz querer voltar ao passado, concertar os erros, amar mais as pessoas do que as coisas, tornar os desafetos; (nem todos é claro), em afetos, solidificar mais as amizades, e fazer novas. Ser mais amigo, ter mais paciência, viver cada dia como o presente, plantar para um futuro menos árduo, mas não abrir mão do que é mais importante; relacionamento. Construí impérios, dirigi os mais sofisticados automóveis, viajei de primeira classe nos mais modernos aviões e navios, brindei com os melhores vinhos. Para tudo isso, dediquei muito tempo da minha vida, muitas horas de trabalho, muitos momentos com minha família foram sacrificados. Por isso hoje ando só por esta estrada, já não posso mais dirigir, pois o tempo desgastou meus olhos, os meus reflexos já não são mais os mesmos. Já não posso mais mandar em ninguém, pois o patrimônio que construí hoje está em outras mãos, o afago daquela que a minha alma amou já não tenho mais, pois de tanto deixá-la sozinha a me esperar, hoje ela já não me espera mais.
Aquele velho após me ter dito estas palavras, antes de sair e continuar sua jornada sozinho, afagou os meus cabelos, beijou-me a testa e me disse suas últimas palavras:
    • Os erros cometidos já não dão mais para mudar, mas a atitude para se evitar mais erros, essa poder ser mudada sempre que necessário. Não tenha medo de mudar, tenha medo de deixar de se relacionar, tenha medo de deixar de amar pessoas para amar coisas, porque quando isso acontecer é você quem estará andando por esta estrada, e seu único companheiro será uma bengala para te apoiar.

Cleiton Ramos

sexta-feira, setembro 10, 2010

Por que te escondes?

Por que te escondes de mim, deixando à vontade a tristeza a dominar e embebedar a minha alma?
 
Por que te escondes de mim, levando-me à loucura, sendo arrastado pelos loucos devaneios de uma 
 
saudade?
 
Por que te escondes de mim, tornando-me insosso entre os meus, transformando-me num ser medonho, 
 
fazendo-me algoz de mim mesmo?
 
Por que te escondes de mim?
Por que te escondes de mim, fazendo-me colérico contra a própria vida, por não tê-la mais ao meu lado?
 
Por que te escondes de mim, fazendo-me trocar de mal com Deus, por culpá-lo por tua ausência em minha 
 
vida?
 
Por que te escondes de mim, tornando-me o mais incrédulo dentre os homens, amando mais a morte a 
 
própria vida?
 
Por que te escondes de mim?
 
Por que não voltas para o meu regaço, e delicia-me com teus amores embebedando-me com teus prazeres?
 
Por que não vens acalentar-me tornando-me outra vez, o mais feliz de todos os seres?
 
Por que não voltas, e com o mais belo sorriso encante-me dizendo: "Foi só uma brincadeira de criança"; e 
 
me chame de tolo?
 
 Por que não colocas fim à minha loucura , ao meu sofrimento, à minha incredulidade?

Por que não sacias a fome que devora minha alma por buscar-te enquanto, continuas a esconder-se de mim?

Por que te escondes?


 
Cleiton Ramos










quinta-feira, julho 22, 2010

Hoje eu saí com ela...

Tinha tudo para ser um lugar chato, num ambiente chato e com um compromisso chato.

Mas quando se sai com ela, não existe nada de chato no dia, no que se vai fazer.

Nos encontramos, tomamos uma condução lotada; (nossa, que chato!).

Mas lá estava ela comigo, emprestando àquele dia chato sua graça.

Graça que aliás, não fosse ela, não seria possível saber o significado da palavra.

Graça que Deus, deu a ela com generosidade, e que ela distribui com abundância por onde passa, onde chega, onde para.

É, hoje eu saí com ela...

Ela que é linda, que tem um sorriso encantador, e que me convidou para tomarmos um café expresso e comer um pãozinho de queijo. (Lembrei-me do tempo).

"Que tempo bom que ele me reservou".

Sair com ela é mesmo um privilégio, não para poucos e sim para os privilegiados.

Que bom, que Deus foi generoso comigo e a me deu como uma irmã.

Assim nossos laços serão eternos, sejam eles de sangue; (como o é), sejam de fé; (como também o é).

Ah, se todos os dias fossem chatos assim! Quão chato seria, com um toque de encanto, beleza e graça.

Já que os dias chatos fazem parte de nossas vidas, pelo menos eu, posso me gabar de ter um dia assim; com pompa e com leveza.

Ah, Deus! Obrigado por reservar aos meus dias chatos assim, o toque da graça, do sorriso contagiante, da companhia agradável. Obrigado por compensar os meus dias chatos com ela.

Ah, Hoje eu saí com ela...

À minha irmãnzinha, com carinho.

Amo Você.
Cleiton Ramos

terça-feira, junho 22, 2010

Quase

Quase, passei no vestibular;
Quase, fomos campeões mundiais;
Quase, beijei a menina dos meus sonhos.

Quase, passei na entrevista do emprego dos sonhos;
Quase, fiz aquele curso profissionalizante;
Quase, evitei aquele acidente.

Quase, consegui ir à apresentação do meu filho;
Quase, consegui comprar o presente que minha amada realmente gostaria;
Quase, fui promovido no emprego.

As coisas também podem ser assim...

Quase, não passo no vestibular;
Quase, não fomos campeões mundiais;
Quase, não  beijo a menina dos meus sonhos.

Quase, não passo na entrevista do emprego dos sonhos;
Quase, não faço aquele curso profissionalizante;
Quase, não evito aquele acidente.

Nossa! Quase, não consigo ir à apresentação do meu filho;
Quase, não consigo comprar o presente que minha amada realmente gostaria;
Quase, não fui promovido no emprego.

E se no lugar do “quase”, usarmos “por pouco”?

As coisas aconteceriam assim:

Por pouco, não passo no vestibular;
Por pouco, não fomos campeões mundiais;
Por pouco, não beijei a menina dos meus sonhos.

Por pouco, não passei na entrevista do emprego dos sonhos;
Por pouco, não fiz aquele curso profissionalizante;
Por pouco, não evitei aquele acidente.

Por pouco, não fui à apresentação do meu filho;
Por pouco, não consegui comprar o presente que minha amada realmente gostaria;
Por pouco, não fui promovido no emprego.

Ou ainda assim...

Não passei no vestibular, por pouco;
Não fomos campeões mundiais, por pouco;
Não beijei a menina dos meus sonhos, por pouco.

Não passei na entrevista do emprego dos sonhos, por  pouco;
Não fiz aquele curso profissionalizante, por pouco;
Não evitei aquele acidente, por pouco.
Não consegui ir à apresentação do meu filho, por pouco;
Não consegui comprar o presente que minha amada realmente gostaria, por pouco;
Não fui promovido, por pouco.

Permita-me convidá-lo a uma reflexão, seja quase ou por pouco; que aliás são sinonimas, como será a inscrição em minha ou sua lápide?

“Eis aqui alguém, que por pouco, quase realizou, quase conquistou, quase alcançou, durante toda sua vida, quase, por pouco”.

Cleiton Ramos

sexta-feira, junho 18, 2010

É bom ter amigos

Ah, os amigos!
Como alguém pode viver sem almenos um amigo?

Um amigo para chegar de súpeto, tirá-lo da mesmice numa tarde de domingo cinzenta e fria, tornando-á na mais radiante das tardes.

Transformar um dia que tinha tudo para ser monótono em um dia vibrante, acalorado provocando uma verdadeira tassifobia.

Os amigos que trazem com sua presença uma alegria que de tão vívida, nos faz esquecer da semana árdua, irritadiça que se passou.

Os amigos que trazem o sorriso fácil, fazendo-nos perceber que mesmo em meio às dificuldades, é possível sorrir, se alegrar e comemorar o mais belo da vida; a amizade.

Ah, como é bom ter amigos!

Se você não tem um só amigo que lhe proporcione momentos assim; o quê posso dizer de ti?
Não sabes que estás perdendo o melhor do que lhe pode a vida proporcionar.

Amigos, que dinheiro não compram, amigos que não medem esforços, amigos que são seus amigos não pelo que você pode oferecer, e sim porque o amam em sua sinceridade.

Amigos, como os que tenho, amigos  que me cercam e fazem sentir-me honrado e agradecido por suas amizades.

Amigos, que tornam minha vida melhor, somente por causa de suas próprias vidas ligadas à minha.

Amigos que de tão amigos se oferecem; caso não tenhas se quer um amigo assim, para serem também vosso amigo e fazê-lo sentir-se o mais sublime dos seres.

Que Deus conceda vida longa aos amigos.

Aos amigos;  Marcelo (Provérbios 18.24), Eliete (precisamos canonizá-la), Kaynã (Obrigado, amigo) e Thalita (a princezinha da família). Amo vocês.

Somente uma forma de agradecimento por vossa amizade.

Cleiton Ramos dos Santos

segunda-feira, maio 03, 2010

Magnificente

Como descrever Tua magnitude?

Quais palavras poderiam serem impressas de maneira tal, que revelasse Tua glória?

Em qual língua, idioma ou ainda dialeto, poderia personificar Teus feitos?

Não, não há erudição ou erudito que possa descrever Tuas grandezas de maneira findável.

Não, não há quem possa com todos os vocábulos seja deste ou de outro mundo traduzir em palavras tanta 
magnificência.

Tu te revelas no amor, mas quem poderá com toda cátedra descrevê-lo?

Salmos, poemas, hinos são feitos em Teu nome de eternidade em eternidade, e não se esgotam.

Livros e compêndios são escritos de Ti, e não se exaurem ao falar de Tua grandeza.

Homens, mulheres, crianças e velhos, todos já experimentaram tal magnificência.

Tua magnitude é tamanha que alguns preferem nem acreditar que possa existir algo tão sublime, enquanto outros embebedam-se com ela.

Aos que duvidam e perguntam: Onde está toda esta magnitude?

Pobres! Não conseguem perceber a quimera transformada no tangível.

Tua beleza esculpida no homem e na mulher;

Tua alegria estampada no sorriso da criança;

Tua sabedoria traduzida nas experiências dos velhos;

Tuas cores pintadas e estampadas com vigor, utilizando como tela o universo.

Aos que se embebedam;

Embriagam-se com o amor;

Riem com a paz;

Destilam a alegria da vida por viverem a quimera tão desejada.

Unem-se, por saberem que é na comunhão que Ordenas a bênção.

Magnificentíssimo; és Tu.

Ao Deus Trino

 Cleiton Ramos

segunda-feira, abril 05, 2010

Primavera


Primavera é;

Tempo onde tudo nasce, onde tudo se renova.

Tempo onde o mundo fica mais bonito, mais colorido.

Tempo em que os odores são mais perfumados.

Tempo de se reiniciar, de renascer.

Tempo de embelezar e encantar.

Tempo de se apaixonar pela vida, pelas cores.

Tempo de se alegrar e alegrar a outrem.

Este foi o tempo que Deus escolheu...

Escolheu para que sejas a primavera de minha vida,

Escolheu para que exales sobre mim o perfume do amor.

Escolheu para me fazer renascer em ti,

Escolheu para que eu esteja encoberto por tua beleza.

Escolheu para que eu seja o outrem,

Escolheu para tornar-me apaixonado pela vida.

Mas, que vida?

A tua bela vida.

Vida que encanta, vida que canta.

Vida que dá à minha o sentido de vida.

O sentido da vida, que me faz querer;

Querer ter, ser, desejar mais vida.

Desejar tua vida embuída na minha,

Desejar sobre mim a tua, e não outra vida.

Desejar-te,

Amar-te,

Querer-te.

És a primavera de minha vida, que só é vida por causa da tua.

"À minha amada, por mais uma primavera"

Amo-te!

Cleiton Ramos


sábado, abril 03, 2010

Transeunte


Dizem que; na vida tudo passa.

A paixão passa,

A desilusão; também.

A felicidade passa,

Assim como também; a tristeza.

Os amigos passam,

Também passam os inimigos; (graças a Deus).

A vida passa por nós;

E, nós passamos pela vida.

Somos transeuntes, no tempo e no espaço.

Passamos pelas pessoas,

Ou será que, são as pessoas que passam por nós?

Somos transeuntes, alheios;

Alheios às transições que por nós passam.

E quando nos apercebemos;

Nossa! Já passou.

Já passaram os anos, décadas e milênios.

Já passaram, histórias e fábulas.

Passaram-se as fases;

Passou o tempo.

Ah! O tempo que passa que passa;

O tempo, que mesmo quando parece estar parado; passa.

E vez por outra, alerta-nos;

Ei! Você transeunte, estamos passando.

Eu, passando por você;

Você, passando por mim.

                                                                                                                                              Cleiton Ramos




sexta-feira, abril 02, 2010

Oração de Páscoa

Páscoa significa renascimento, renascer.

Desejo que neste dia, em que nós cristãos, comemoremos o seu renascimento para a vida eterna, possamos renascer também em nossos corações.

Que neste momento tão especial de reflexão possamos lembrar daqueles que estão aflitos e sem esperanças.

Possamos fazer uma prece por aqueles que já não o fazem mais, porque perderam a fé em um novo recomeçar, pois esqueceram que a vida é um eterno ressurgir.

Não nos deixe esquecer que mesmo nos momentos mais difíceis do nosso caminho, tu estás conosco em nossos corações, porque mesmo que já tenhamos esquecido de ti, você jamais o faz.

Pois, padeceste o martírio da cruz em nome do Pai e pela humanidade, que muitas e muitas vezes esquece disso.

Esquecem de ti e do teu sacrifício.

Quando agridem seu irmão, quando ignoram aqueles que passam fome, quando ignoram os que sofrem a dor da perda e da separação, quando usam a força do poder para dominar e maltratar o próximo.

Quando não lembram que uma palavra de carinho, um sorriso, um afago, um gesto podem fazer o mundo melhor.

Jesus...

Conceda-me a graça de ser menos egoísta, e mais solidário para com aqueles que precisam.
Que jamais esqueça de ti e de que sempre estarás comigo não importa quão difícil seja meu caminhar.

Obrigado Senhor,
Pelo muito que tenho e pelo pouco que possa vir a ter.

Por minha vida e por minha alma imortal.

Obrigado Senhor! Amém.

Adaptado por "Tony Castro"

quinta-feira, abril 01, 2010

O que leva o ser humano ao Sucesso?

Vivemos dias em que a palavra de ordem é vencer, vencer sempre, vencer a qualquer preço, canalisar esforços em busca do vencimento.

Lemos e assistimos a vídeos que nos falam sobre superação, sobre como vencer, como conquistar, como alcançar o sucesso esperado e tão sonhado.

Mas, com tantos livros, com tantos vídeos, com tantas palestras, com tantos treinamentos, a pergunta que fica é: “Porque temos tantas pessoas que fracassam em suas vidas”?

Permita-me mudar a pergunta: “Porque fracasso em meus objetivos”?

Estava folheando o livro de Tiago (Biblia Sagrada), e li algo que deveras me chamou a atenção:

Tiago 1.8 “O homem de coração dobre é incostante em todos os seus caminhos”.

Com toda certeza, ao olharmos com um certo cuidado para o que Tiago escreve, podemos encontrar uma das muitas respostas que nos levam ao fracasso. O que mais me chamou atenção é a ligação que existe entre incostância e fracasso, mas,  mais que isso, rouba a minha paz a dimensão que Tiago dá à situação.
“...em todos os seus caminhos”.

Parece estar clara a idéia que Tiago tem a respeito de sucesso. Tiago já sabia que o sucesso está diretamente e intrinsecamente ligado à persistência e foco.

Uma pessoa que almeja alcançar algo hoje e outra amanhã, certamente não vai chegar em lugar algum. Um coração dobre não se firma, não se concentra, não está disposto a gastar e empreender energia em um projeto, pois quando as dificuldades aparecem, logo se muda de planos e objetivos, logo se muda de foco, logo busca outras coisas mais “fáceis” para realizar, e isto dura até as próximas dificuldades aparecerem. O que certamente irá acontecer.

Os relacionamentos hoje não são assim? Quando os problemas aparecem, a primeira opção é a separação, quando os problemas no ambiente de trabalho aparecem, o melhor é mudar de empresa, quando os projetos começam a dar problemas, o melhor é mudar de projeto.

É a isto que Tiago chama de “coração dobre”. Não há firmeza, não há estabilidade, não há força para proseguir. O pior de tudo isto é o resultado apontado pelo apóstolo; “inconstância em todos os caminhos”.

Cabe aqui uma reflexão pessoal; "ao olhar para minha vida e analisar os projetos em que fracassei, os sonhos que não conquistei, consigo vislumbrar algo em comum entre eles, não houve persistência de minha parte. Vêm à memória o ânimo dobre do meu coração em projetos que iniciei com muito afinco até os primeiros problemas aparecerem".

Hoje, eu sei que não existe um só caso de sucesso no mundo que tenha sido alcançado sem esforço, sem foco, sem empreendimento de; energia, tempo, dedicação, entusiasmo e principalmente constância, e não importa a área, seja pessoal, profissional, conjugal, não importa.

Hoje, ao mesmo tempo que temos livros, treinamentos, vídeos que nos preparam para vencer, temos também a idéia de que tudo precisa ser “fast”, tudo é pra ontem. Não temos tempo para esperar, não temos paciência para preservar, não temos ânimo para superar, porque vivemos na ânsia do aqui e agora, e como na vida real as coisas não funcionam assim, logo vem as frustrações, e as mudanças a todo instante, sempre almejando alcançar o tal sucesso que nunca chega; afinal ninguém alcança o sucesso desistindo no meio do caminho.

Só um alerta para o meu próprio eu: - Desde que o mundo o é, tudo tem seu tempo determinado. Por mais tecnologia que possua, não conseguirei nunca plantar bananas hoje e colher uvas  amanhã. Nunca conseguirei colher num bambuzal belas espigas de milho, sendo assim, ou eu aprendo o que Tiago diz sobre o perigo de se ter um coração dobre, ou vou andar de fracasso em fracasso pulando de uma situação para outra sem resultado algum.

Tiago, indica nas entrelinhas de sua carta, uma entre tantas outras características para se chegar ao sucesso, e isso treinamento nenhum, livro nenhum, vídeo algum pode dar. A mudança do comportamento, a mudança de atitude só pode partir de mim para eu mesmo.

Uma coisa é certa; com ânimo dobre inicia-se muitos projetos, mas não se dá cabo de nenhum deles. Eles não se firmam, não se consolidam, não se tornam referencial de sucesso. Com ânimo dobre a única coisa que se consegue é preencher ainda mais a galeria de nossas vidas de mais um projeto inacabado, cheio de boas intenções, cheio de promessas de bons resultados, mas ao olhar para a estante da galeria só temos os projetos iniciados, e nada mais.

Com toda certeza um dos fundamentos que leva o ser humano a vencer, a chegar, a alcançar, é deixar de ter um coração de ânimo dobre, pois assim o homem se torna firme em suas crenças, seus sonhos, seus objetivos, e a partir daí, dá-se início com passos firmes ao caminho do sucesso com a certeza de que se chegará ao final.

Que Deus abençoe à todos, e que nossos corações sejam firmes sempre. 

                                                                                                                           Cleiton Ramos

domingo, março 28, 2010

Estou ficando Velho

Houve um tempo, em que quando os filhos chegavam perto dos pais esses lhes pediam a benção, chamava-os de senhor e senhora.


Houve um tempo, em que as pessoas pediam licença, desculpas, por favor. E o mais interessante é que, quando alguém deixava de ter este tipo de comportamento, essa pessoa era considerada mau educada, sem respeito, e este era considerado um comportamento estranho.


Outro dia mesmo encontrei meu “veinho” na rua e dei-lhe um beijo, pedi sua benção e cumprimentei um amigo dele. Ele me apresentou ao seu amigo e o mesmo disse: “Nossa! Seu filho ainda te pede a benção”?


Conversando com uma amiga falávamos de como o que era considerado um mau comportamento no passado, agora é comum e o que era absolutamente normal, virou motivo de espanto.


Pedir desculpas, licença, dizer obrigado, pedir a benção, chamar os pais e os mais velhos de senhor e senhora, é coisa de gente careta, gente velha, gente do passado e o mais estranho; é que isto assusta as pessoas.


Hoje vivemos num mundo onde filhos batem, matam, espulsam de casa seus próprios pais e os mandam “tomar ou irem” a lugares que não dá nem para colocá-los aqui de tão absurdos.


Hoje filhos se referem aos pais como se estivessem falando com um coleguinha da escola ou do trabalho, chamando-os e tratando-os da maneira mais desrespeitosa. Hoje vivemos num tempo onde as pessoas não querem serem chamadas de senhor ou senhora, pois esta expressão remete a um pensamento de velhos e imprestáveis.


O quê aconteceu comigo? Estou ficando velho; é isto, faço parte de uma geração do século passado, faço parte de uma geração que ainda sem entender muito bem viu o nascimento da democracia nesta amada pátria mãe gentil.


Ah! A tão desejada democracia, o direito de se expressar, o direito de reivindicar, o direito, o direito, o direito...


Mas parece que na democracia não há deveres, tenho a impressão que nesta democracia é mais ou menos assim: “Meus direitos como trabalhador, meus direitos como filho, meus direitos como cidadão, meus direitos...


“Por favor, não pensem que sou a favor da ditadura; peço a Deus que nunca mais passemos por isto novamente, embora possa me considerar um privilegiado pois aos meus nove anos já estava começando a desfrutar da tão desejada Democracia”.


Sou a favor dos bons tempos, sou a favor de um tempo onde assentos não precisavam ser reservados para idosos, gestantes, deficientes. Os homens davam lugar somente pelo prazer de serem gentis e ganhar um lindo sorriso da moçinha elegante.


Tempos em que o “bom malandro” acompanhava a dama com elegância e charme. Tempos em que os heróis dos filhos eram os pais, e não o vagabundo correndo da polícia, tempos em que namorar, era ficar em casa assisntindo a um “filminho” na tv e comendo pipoca, e na hora de ir embora a sensação era a mais sublime das emoções, e na retina o que ficava gravado era aquele olhar da amada ou do amado dizendo em silêncio: 


“Este foi o dia mais feliz da minha vida”.


Desculpem-me isto é mesmo coisa de gente velha.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Tempo, dá um tempo, tempo

Quanto tempo se gasta à frente de um computador, ou uma televisão ou até mesmo diante dos dois juntos?

Tempo gasto, é tempo que não podemos mais requerer, não podemos mais reaproveitá-lo, não podemos mais.

Seria, com toda certeza, maravilhoso se em muitos e muitos momentos de nossas vidas, de repente, pudéssemos olhar nos olhos do tempo e dizer-lhe: "Ei, espere um pouco aí, dá um tempo; tempo. Será que você não se cansa, será que que não podes gastar um pouco de tempo, somente um pouquinho de tempo aí parado? Ora, ora, tempo, afinal será que nem o próprio tempo se cansa de não dar tempo ao próprio tempo? Ei tempo, que tal dar um tempo para tomarmos um cafézinho, saborearmos uns pães de queijo, e gastarmos algum tempo somente admirando, olhando, curtindo o tempo simplesmente parado?"

Seria mais ou menos essa a conversa que teria com o tempo, mas ele; o tempo, que é eterno, não tem tempo para uma paradinha rápida, um cafézinho e saborear uns pães de queijo deliciosos.

Infelismente, o tempo não tem tempo para dar uma pausa, ele parece estar sempre buscando uma meta a ser alcançada a todo o tempo.

E o mais interessante é que enquanto gasto tempo escrevendo isto sobre o tempo, tenho a sensação de que ele está me olhando nos olhos e dizendo:"Eu , ha, ha, ha, eu tenho todo o tempo do mundo, eu não preciso parar para dar um tempo, é você que não consegue dar tempo a si mesmo, é você quem não cosegue entender a minha lógica, embora já tenha feito uma grande descoberta. Esse tempo gasto, não voltará mais a tê-lo, não voltará mais a reutilizá-lo, não voltará mais a desfrutá-lo, então; assim que você tiver um tempinho, vem sentar ao meu lado, tomar um cafezinho e saborear deliciosos pães de queijo, admirando assim o tempo".

domingo, setembro 27, 2009

Somente para Refletir - "O Plano Original"

Gênesis 3.7 "..., e conheceram que estavam nus; ..."

Amados, eu gostaria juntamente convosco de fazer algumas considerações, sobre este conhecimento feito por Adão e Eva; "e conheceram que estavam nus", após o pecado. Mas confesso que, não gostaria de tecer minha linha de raciocínio em cima da idéia de relacionamento conjugal, ou apenas homem e mulher. Confesso que gostaria de abrir um pouco mais este leque e tentarmos traçar alguns paralelos em cima da percepção dos dois.

Perceber-se nú, é entender que se está exposto, mas o mais interessante é quando se está em uma mesma situação que o outro, e daí este nú pode ser interpretado da maneira que quiser, exemplo: Quando duas ou mais pessoas arquitetam um plano, estas pessoas estão se expondo nuas umas às outras ou seja, todos sabem o que cada um pensa e como irá agir, como num filme onde onze homens resolvem realizar um grande assalto e compartilham todos os detalhes do plano entre eles mesmos, de maneira que nada possa dar errado, esses homens estão se colocando nus uns com os outros, suas idéias estão sendo expoxtas, seus planos estão sendo revelados um para o outro, ou seja não há nada a esconder.

Quado se está nesta situação; quando estamos nus, não nos incomodamos com a nudez um do outro até mesmo porque não corremos o risco de surpresas inesperadas, ou de decepções, e da mesma maneira o outro não se incomoda com a nossa nudez, pois estamos vivendo um mesmo ambiente, estamos vivendo os mesmos propósitos e as mesmas idéias. Tudo é absolutamente normal, nada se faz diferente entre eu e o outro. Não há jugo moral ou ético a ser considerado, a ser avaliado pois somos iguais, estamos embuídos num mesmo contexto.

No jardim era assim, tudo era absolutamente normal tanto quanto para Adão assim como para Eva, não haviam surpresas, não havia jugo entre eles, pois estavam em iguais condições; mesmo ambiente, mesma esfera, não importava quem possuia maior nível de conhecimento. Isto significa que não havia, não existia concorrência de um para com o outro. Não existiam motivos para desconfiar, para julgar, ou ainda subjugar um ao outro, pois estavam vivenciando o memso ambiente, as mesmas condições de maneira totalmente igualitária. Não nescessitavam esconder-se um do outro ou recriminar um ao outro.

É interessante pensar que no propósito de Deus para o homem, não havia rivalidade, não havia desconfiança, não havia concorrência porque Deus, nos fez à sua imagem e conforme a sua semelhança. Em outras palavras, não tenho motivos para concorrer com o outro, pois somos dotados da mesa capacidade, paticipamos da mesma camada social, ou seja única e igualitária.

Não há esferas sociais no projeto original estabelecido por Deus, não há mais ou menos capaz, não há disputa de território, não há motivos para se sentir nem menor nem tão pouco maior em relação ao outro. No projeto original, nós estávamos nus, éramos iguais, éramos dotados de sentimentos, e capacidades totalmente nivelados `a semelhança daqu'Ele que nos criou.

Mas, de repente algo estranho acontece. De uma maneira com uma violência tal, que muda nossa maneira de vermos uns aos outros. Muda nossa forma de relacionar-mos um com o outro. Esta mudança se dá por "comermos um determinado fruto", fruto este que não deveria ser comido. A partir daí, começam os desníveis, a partir daí a palavra igualitário já não possui mais lugar, já não cabe mais nesse mesmo ambiente. Isto aconteceu porque comemos o "fruto proibido".

O fruto proibido que comemos é o fruto da religião e também o fruto da socieadade, comemos o fruto das normas estabelecidas não mais por Deus, mas por um sistema perverso e mal. E a partir de então, passamos a não mais olhar para o outro de uma maneira que nos era totalmente natural, passamos a olhá-lo; e em contra-partida, ele também que comeu do mesmo fruto passa a nos olhar, de uma maneira que agora precisamos esconder nossa nudez um do outro.

Comemos ainda do "fruto proibido". Comemos o fruto da sociedade. Somos contaminados pelas normas, pelo sistema apodrecido e doentio da sociedade, e passamos a não mais olhar um para o outro com o olhar da igualdade, passamos a julgá-los por seus atos, por sua classe social, por suas conquistas, por sua cor, por suas crenças.

Entramos agora numa outra esfera. Agora vivemos o sistema do Vale quem têm, quer dizer, quanto mais você tiver mais você vale e para se ter cada vez mai, faça o que for nescessário. Domine, julgue, subjulgue, mate, elimine seu oponente, destrua-o, seja cada vez mais competitivo, humilhe, discrimine. Agora não é mais a lei de Deus que predomina, não somos mais iguais uns aos outros. Agora a lei predominante é a lei do mais forte. O mais forte domine e subjulgue os mais fracos. Esta é a lei da nova ordem.

Não é assim que têm sido ao longo das eras logo após o pecado de Adão e Eva? Reinos surgiram dominando uns aos outros. A religião surgiu e dominou e continua dominando o homem. Em nome da religião se mata, em nome da religião rouba-se, em nome da religião manipula-se. Existem duas maneiras dos mais fortes sobreviverem e se sobresairem um sobre o outro. Uma é usando a força, no sentido literal, e para isso usa-se armamentos bélicos, a outra maneira é através da manipulação, e para isso usa-se a religião. Tanto um quanto o outro tem o mesmo objetivo. Dominar os que são diferentes da gente, os mais fracos.

Ah! Que saudades do projeto original, onde não precisávamos da força, não precisávamos da religião. Precisávamos única e exclusivamente da Lei de Deus, a lei da igualdade, a lei que nos permitia estarmos nus um e outro. Ah! Que saudade quando não precisa me esconder do outro e o outro também não precisava se esconder de mim.

Vamos ver qual foi a atitude que Adão e Eva tiveram quando conheceram que estavam nus. Gênesis 3.7 e 10 "...; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais."; "...Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me."

Ao sermos contaminados pelos "frutos proibidos", da religião, que corrói o interior do homem e o reveste de máscaras, o reveste de arrogância, o reveste de falta de compaixão por aquele que ainda está nú, a usamos como vestimentas para esconder nossa nudez que outrora não fazia mal a absolutamente ninguém.

Ao nos contaminarmos com o "fruto proibido" da sociedade, a primeira coisa que queremos fazer é nos esconder. Nos esconder em nossos conceitos, nos esconder em nossas desculpas, porque quando comemos do "fruto proibido", não temos coragem de assumir nossos próprios atos. Sentimos medo e nos escondemos.

Quando percebemos que estamos nus, quando reconhecemos que estamos nus; e esta percepção só ocorre porque já estamos contaminados pelo fruto proibido, então algo de muito ruim acontece dentro de nós sem que percebamos. O plano original de Deus, para nossas vidas sofreu uma violenta mudança, e nem se quer percebemos. E quando damos conta de que estamos nus, é porque já fomos arrancados, já fomos desarraigados do melhor plano que Deus nos preparou, que é o de olharmos e sermos olhados um pelo outro, sem o peso do julgo, sem o peso da condenação, sem o peso da discriminação.

Ao comermos "os frutos proibidos", não há mais pureza nem em nós nem no outro, não há mais sentimentos genuínos em relação a nós e nem em relação ao outro. Somos contaminados e por isso nos escondemos, por isso nos cobrimos, por isso nos tornamos verdugos de nós mesmos e do outro.

Diante desta situação existem duas notícias que são fundamentais termos entendimento sobre elas.A primeira, confesso que não é em nada animadora.

Não há mais jeito, já comemos do "fruto proibido" e sofremos as consequências disso. Infelismente nossos antecessores comeram, nós comemos e nossos sucessores também comerão. Não há nada que possamos fazer quanto a isto. Somos escravos do gosto amargo desse fruto. No início pareceu tão doce, tão saboroso, tão apetitoso para se comer, e agora rotamos o gosto amargo, azedo deixado por ele.

Tornamo-nos mesquinhos, doentes, discriminadores, maldizentes, ciumentos, agressivos. Passamos a humilhar o próximo, tornamo-nos algozes de nossa mesma espécime. Eu jugo o que ele faz, mas escondo o que faço. E até sei que o que faço é pior do que o que ele faz, mas a nudez dele está descoberta e a minha não. E já que a dele está descoberta, então só me resta trepudiar em cima da sua nudez exposta para todos.

Isto é o que nos tornamos depois de comermos o fruto proibido.

Mas a boa notícia é que nada está perdido. Deus, ainda deseja reestabelecer seu plano original. Deus quer tornarmo-nos outra vez igualitários. Deus é insistente em seus projetos. Ele não os abandona porque alguma coisa saiu errada em algum lugar. O propósito determinado por Ele, há de se cumprir.

João 17.19-21 "E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um."

Amados, não há maior prova de interesse em reestabelecer seu plano original do que este. Jesus, santificar-se a si mesmo para sermos também santificados. E por tornarmo-nos crédulos em suas palavras, voltaremos ao plano original, seremos todos iguais. No plano de Deus, a palavra igualitário é a palavra de ordem. Jesus expressa isto da maneira mais sublime, da maneira mais bonita quando Ele diz: "...E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um".

A glória de Deus em nossas vidas, tem o objetivo de nos tornar um n'Ele e com Ele. É por isso que, a oração de Jesus, transcorre assim: "E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade".

Você consegue imaginar Jesus santificando-se a si mesmo, poi para mim é mui grande tal coisa, e confesso que eu não consigo imaginar tal feito. E mais do que isto a glória que Deus deu a Ele, Ele deu a nós com o único objetivo de sermos um. O objetivo de estarmos nus novamente uns com os outros, sem reservas, sem medo, sem a disputa, sem a ganância, sem a maldade, sem a malícia. No plano original não há discriminação, não há maior nem menor, não há senhor ou servo, no plano original somos igualitários ao próprio Deus, participamos da mesma glória, do mesmo reino, da mesma esfera, do mesmo ambiente.

Mas não podemos nos esquecer das palavras de Jesus, Ele santificou-se a si mesmo para que nos santifiquemos também. Isto quer dizer que enquanto houver em mim, sentimentos perversos como a discriminação, o jugo, o desnível entre eu e o outro, a malícia. Enquanto existir em mim o ciúmes, o desejo de dominar, ser o mais forte.

Isto significa que não estou santificando a mim mesmo, sendo assim não posso participar da mesma glória, do mesmo reino, pois neste reino só se encontra aqueles que voltaram ao plano original. Voltaram a serem iguais, voltaram à nudez de seus sentimentos e de suas crenças, Aqueles que se santificaram, aqueles que creram na palavra de Deus, e por acreditar nela santificaram-se a si mesmos.

E no plano original de Deus o desejo do seu coração está expresso em: Gênesis 1.26 a primeira parte do versículo. "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;...".

Para fazer parte deste reino é preciso ser igual a Ele.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Cecília Meirelles

Falai de Deus com a Clareza

Falai de Deus com a clareza
da verdade e da certeza:
com um poder
de corpo e alma que não possa
ninguém, à passagem vossa,
não o entender.

Falai de Deus brandamente,
que o mundo se pôs dolente,
tão sem leis.

Falai de Deus com doçura,
que é difícil ser criatura:
bem o sabeis.

Falai de Deus de tal modo
que por Ele o mundo todo
tenha amor
à vida e à morte, e, de vê-Lo,
o escolha como modelo
superior.

Com voz, pensamentos e atos
representai tão exatos
os reinos seus
que todos vão livremente
para esse encontro excelente.

Falai de Deus.

domingo, abril 05, 2009

Deus nos convida para a Graça


Texto para Reflexão – Isaías 1. 18 – 20

“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”.

Para minhas reflexões sobre o texto citado acima, será necessário dividi-lo em três partes. A primeira refere-se a um convite, na segunda consiste uma promessa, e a terceira está apontando uma direção e um alerta.

I – Parte – o Convite

O profeta Isaías, dá início a esse capítulo da seguinte maneira: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra,...”; Deus está conclamando e chamando os céus e a terra como testemunhas para ouvirem o que Ele, têm a dizer.

Deus, não se dirige ao seu povo de uma maneira direta, e por quê? Ao lermos o restante do texto entendemos logo de o por que Deus, não conclamar ao povo. O povo estava longe demais de Deus, imbuídos em seus pecados mais sórdidos, mais abjetos.

O povo Israelense neste período, mais ou menos 500 a 700 a. C, viviam segundo suas próprias concupiscências, e estavam tão acostumados ao pecado que mesmo sabendo, que estando chafurdados neles, se dirigiam a Congregação para realizarem os rituais de sacrifícios e acreditavam que Deus, dava-se por satisfeito com tal situação.

Mas a grande verdade dos sentimentos de Deus concernente à toda aquela balbúrdia, é que Ele estava farto, desagradado, Deus não queria mais a presença deles nem mesmo nos átrios, Deus chega a exigir que parem de fazer sacrifícios e nem mesmo as festas celebrarem. Deus usa uma expressão deveras pesada; “..., a minha alma as aborrece; já me são pesadas, estou cansado de as sofrer”.

Cumprir rituais, oferecer sacrifícios, marcar presença no templo, exercer funções ministeriais, todas estas coisas não compram; Deus. Deus é muito exigente quanto aos cultos e serviços prestados a Ele, muito pelo contrário, através desses atos posso provocar-lhe a insatisfação, posso aborrecê-LO, posso causar cansaço e sofrimento a Ele.

Acreditar que cumprir rituais, ou obrigações ministeriais nas mesmas condições que estavam o povo de Israel, ou seja; imbuídos em pecado não nos importando com eles, não nos enganemos, pois Deus esconde seus olhos, e por mais orações que façamos, Ele não nos ouve.

Amados, mas o que nos salva é que Deus, é Deus de propósitos para vida do homem e aqui encontramos o propósito mais fascinante que Deus tem para nós.

Sempre que se fala da graça de Deus, nos referimos ao novo testamento, fazemos referência a Jesus Cristo, mas o que mais me deixa apaixonado é saber que o convite da graça me foi feito a pelo menos 500 anos a.C.

Deus, com todo seu amor me faz o seguinte convite: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas”. - Isaías 1. 16 – 17 – Deus está me chamando para uma mudança de comportamento, Ele está me indicando que algo está erra em minhas atitudes.

E por quê Deus faz isso comigo? Aqui entra a maior prova de amor por mim, porque Ele quer me perdoar. Mas não se trata de um perdão qualquer, ou de um perdão parcial, se trata de perdão num todo, perdão esse tão sublime que alcança as mais altas camadas de pecado; sim porque nós classificamos os pecados como pecadinho, pecado, pecadão, pecadasso, hiper – pecado, e assim vai; mas o bom mesmo é saber que o único interesse de Deus em mim é me perdoar, me purificar, me fazer entender que para Ele, a escala de pecado consiste num mesmo nível; ou seja, nível de perdão.

E como se dá esse perdão tão sublime e tão completo? Ele se dá quando Deus me chama e diz: “Vinde, pois, e arrazoemos”. Deus me chama para conversar com Ele sobre minhas fraquezas, deficiências, meus pecados mais sórdidos, mais ocultos. Deus me chama não para me jugar, mas para me ouvir, Ele deseja, Ele anseia que eu apresente minhas razões a Ele.

Deus nesse momento me dá a oportunidade que nenhum ser humano pode dar a outro, pois Deus quer me ouvir dizer com toda sinceridade do meu coração; por mais monstruosa que possa parecer ao homem, Deus se dispõe a me ouvir, Ele se dispõe a me entender, Ele se dispõe a me perdoar.

Existem pecados, desejos, escondidos em meu coração que homem nenhum jamais suportaria ouvir, e principalmente se ouvisse, jamais acreditaria em mim, nas minhas atitudes, mas Deus não, Ele me ouve, o que Ele quer é justamente que eu fale para Ele, que eu conte a Ele, os mais pérfidos sentimentos que permeiam a minha alma e muitos até pavimentam meu caráter.

II – Parte – A Promessa

“..., ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”.

A palavra “ainda”, é um advérbio e ela possui o significado nesse contexto de quantidade. Isso quer dizer que a promessa de Deus é; mesmo que você esteja tão cheio dos mais horrendos pecados, mesmo você esteja encoberto por pecados tão nefastos, Eu o Senhor os tornarei brancos como a lã, Eu os tornarei alvos como a neve.

Amados, Graça não se explica se vive, e, é isso o que Deus faz, nos dá; Graça. Mas Deus, nunca faz somente o que precisamos, Ele sempre vem com algo mais. “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.

Não nos iludamos achando que existe aqui uma “teologia da prosperidade”, pois não é esse o caso, mas sim uma teologia do amor. Deus, além de se dispor a nos perdoar, por mais escabrosos que sejam nossos pecados, Ele ainda, nos permite escolher se queremos segui-LO ou não.

Deus, não nos obriga porque nos perdoou; serví-LO, Ele nunca desejou que o homem o servisse por obrigação, mas sim por amor. Comer o bem desta terra; podem acreditar, está muito mais ligado a não colhermos os resultados de uma vida de pecado, que só traz desgraça ao homem, do que uma teologia de prosperidade. Comer o bem desta terra é, poder andar de cabeça erguida e ser respeitado e honrado por pessoas que nem se quer conhecemos, é ter a direção do Espírito de Deus, para aconselhar de maneira correta a quem precisa, é ser referencial de confiança, de honestidade, de pacificador, isto é prosperidade, saber que as pessoas nos tem como referencial de vida, vida de Deus. Acredito sinceramente que é essa prosperidade que está disposta por Deus, para nós.

III – Parte – Direção e Alerta

“Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”.

Não, não pense nem de longe que o que Deus está fazendo, é uma ameaça, se assim fosse, todo este convite feito por Ele mesmo, não teria sentindo algum.

Ele está mais uma vez nos demonstrando seu amor que parece ser infindo. Deus está apontando o caminho seguido por nós; que é o da rebeldia, e está nos alertando para o fim desse caminho; ser devorados à espada. Entendo que Deus, em sua misericórdia mais uma vez está me dizendo; não volte a andar pelo mesmo caminho de antes, poi nele só está a morte e a destruição.

Para mim, é fácil entender o alerta de Deus, quando fui rebelde por exemplo em situações na minha vida, a única coisa que colhi em todas elas foi, pesar. Tive problemas familiares, problemas na sociedade, problemas comigo mesmo, em fim, em algumas situações fui devorado pela espada.

Se não fosse a misericórdia de Deus, com toda certeza teria sido sucumbido, chafurdado em conseqüências terríveis, provocadas por mim mesmo.

Deus, me convidou muito antes de Cristo morrer por mim, para viver na Graça, e melhor SE colocou à minha disposição, para que eu possa confessar a Ele, os meus mais indeléveis; aos olhos do homem, pecados, pois Ele tem o poder para torná-los brancos e alvos.

Deus, convidou a mim e a você para vivermos essa mais sublime verdade, podermos desnudar nossos corações diante d'Ele e principalmente saber que contamos com seu perdão e sua Graça.

Deus, nos abençoe sempre e sempre!

Cleiton Ramos